Sei um verso puro que canto aos ventos,
Um frasco de memórias que diluo num sonho
Como andorinha ou pardal de corda,
Nestes anos trouxe um verso de amor no colo,
És um corpo de sinais que sinto perdendo-me,
A conquista desenfreada,
O Cosmos hoje perdeu-se em lume de olhar,
A vastidão desunida de tudo,
A armadura de pensamento que papagueia
Às cegas o ciúme, o delírio dos anos mortos,
Páginas de mórbida curiosidade de enredos e enganos,
Folheio os desenganos e um sentido chato como um derrame cerebral,
Tantos presságios e dores,
O fado das almas veste o preto do cetim,
A sala chora uns momentos,
Chora um exame, uma contradição de ser como fonte,
A inocência de olhar o verso e sorrir,
Espero o verso cansado das arritmias de tempos,
Espero sempre só e não me pertenço.
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