quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Letárgico

Tarde, relógio da emoção no pulso sem vida,
Senti desânimo na minha face de desinteresse,
Li os jornais como fotocópias de árvores que morrem doentes 
Na ânsia de esperar,
Rompi o silêncio mesmo sem proferir uma palavra,
Olhos, demagogia de sono e trevas em pedras,
Há uma saliência e um perfume de um livro,
Um andar cansado e vértebras encurvadas na calada da noite mórbida
Que chora o regresso de D. Sebastião,
Geme a sua solidão
Em que habito na morada demorada,
Sopra um vento desordenado de letras de penugem,
Esta maneira embriagada de esconder a luz,
De fugir de nada,
Alcançar movimentos descoordenados
E máquinas que ruminam paciências
No escuro,
Vou pregar mais um canto,
Mais um susto e dormir,
Letárgico, no sono eterno de amor.

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